Captura de tela de vídeo mostra veterinária manipulando carcaça animal

EVZ e CIAR colaboram na produção de vídeo para o Ministério da Agricultura e Pecuária

Material de autoria da Profa. Veridiana Maria Brianezi faz parte de curso de formação para médicos Veterinários

Captura de tela de vídeo mostra veterinária manipulando carcaça animal

Imagem: Captura de tela de vídeo do CIAR/UFG
Texto: Raniê Solarevisky - CIAR/UFG

O vídeo Colheita SNC Ruminantes, produzido pelo CIAR em parceria com a autora do material, Profa. Veridiana Maria Brianezi Dignani Moura, da Escola de Veterinária e Zootecnia da UFG (EVZ/UFG), ultrapassou a marca de 1.400 visualizações no último mês. O vídeo, que demonstra técnicas de colheita e acondicionamento adequados para amostras do sistema nervoso central (SNC) de ruminantes, foi desenvolvido como material auxiliar a um curso do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), voltado para médicos veterinários.

Além de auxiliar nas iniciativas de monitoramento e diagnóstico da raiva e da encefalopatia espongiforme bovina (conhecida como "doença da vaca louca"), o procedimento padronizado da colheita de amostras biológicas também preserva o profissional responsável pela sua realização e demonstra técnicas adequadas de manipulação e acondicionamento dos fragmentos de tecidos retirados do cadáver animal. "Ambas as doenças são consideradas zoonóticas, ou seja, acometem os animais e o homem. Assim, o médico veterinário que entra em contato com essas amostras deve seguir protocolos de paramentação e técnica, visando sua segurança ao manipular um material biológico com potencial contaminante. O objetivo do procedimento é colher segmentos específicos do SNC em que, se o agente biológico ou as lesões decorrentes de sua ação estiverem presentes, serão encontrados por meio dos exames específicos. A intenção é colher amostras adequadas para diagnosticar a doença", explica a Profa. Veridiana.

ATENÇÃO: O vídeo contém imagens fortes para pessoas sensíveis à visualização de sangue e cenas de dissecação animal.

Veridiana já trabalhava como instrutora especializada nos programas oficiais de treinamento presencial do MAPA e recebeu o convite para produzir um vídeo sobre os procedimentos que ensinava. "Nos socilicitaram que produzíssemos um vídeo de circulação nacional para incentivar os médicos veterinários a realizar a colheita padronizada. Seria uma maneira de fazer com que esse treinamento não ficasse apenas a cargo dos cursos presenciais, mas que pudesse ser veiculado de forma ampla e com a chancela do Ministério", explica.

"Foi aí que procurei a Prof.a Ana Bandeira [coordenadora de publicação do CIAR], porque já havia trabalhado com o CIAR para produzir alguns vídeos didáticos voltados aos discentes de graduação em medicina veterinária, para os quais digo que atirei no que vi e acertei no que não vi. Esses vídeos foram gravados em 2018/19 e, com a pandemia, quando muitas escolas suspenderam as atividades práticas de necropsia, os vídeos tiveram um boom de visualizações", relata.

De acordo com a professora Veridiana, o vídeo produzido para o Ministério integra o Programa Nacional de Controle da Raiva dos Herbívoros (PNCRH) e o Programa Nacional da Encefalopatia Espongiforme BOVINA (PNCEEB), ambos gerenciados pelo MAPA, com o objetivo de monitorar essas doenças no rebanho bovino do Brasil. De acordo com a pesquisadora, a manutenção de programas desse tipo justifica-se pela posição de protagonismo do Brasil no mercado de exportação da carne bovina. Segundo a Confederação da Agricultura e Pecuária no Brasil (CNA), o país é o maior exportador do produto em todo o mundo, como apontado em relatório emitido em junho de 2023.

"O ministério mantém esses programas há mais de 20 anos, como forma de treinar os médicos veterinários de todo o país para colher material biológico adequado ao diagnóstico e ao monitoramento dessas doenças. Isso é importante para que possamos manter o controle dessas doenças. No caso da vaca louca, quando há um caso diagnosticado, as importações são bloqueadas por muitos países quase que imediatamente", explica a docente.

 

Tecnologia e economia de recursos

Para Veridiana, embora o vídeo tenha sido elaborado como material oficial do MAPA, para atender a uma demanda institucional de formação de profissionais veterinários, também pode ser utilizado como material didático na graduação, uma vez que os estudantes de veterinária também precisam receber as orientações técnicas contidas no material.

A professora já havia gravado uma sequência de vídeos sobre patologia animal em parceria com o CIAR em 2019, demonstrando a sequência de procedimentos realizados em um exame necroscópico, com o objetivo de identificar lesões no cadáver e estabelecer a causa da morte e o diagnóstico. Um dos vídeos já acumula mais de 36 mil visualizações, um alcance bem além do planejado pela docente, e ainda representando recurso educacional digital gratuito, disponível publicamente na web a quem possa interessar.

Para a docente, o uso de tecnologias digitais no ensino da graduação apresenta diversas vantagens, como a possibilidade de que a aula possa voltar a ser consultada sempre que necessário, por exemplo. Entretanto, enfatiza que a prática laboratorial presencial é indispensável ao aprendizado técnico, considerando que a manipulação do cadáver durante a necropsia é que permite identificar com exatidão, por exemplo, as alterações e suas relações com a morte do animal. "Eu uso muito esse tipo de recurso, e também metodologias ativas, mas não é transformar tudo em material digital e simplesmente apresentar nos modos online e EaD. O importante é ter responsabilidade técnico-educacional, ponderar o que é possível disponibilizar como material didático complementar", defende.

No caso específico do curso de medicina veterinária, outra vantagem do uso de tecnologias digitais no ensino é a redução da demanda por material biológico, já que para cada turma seriam necessários diversos cadáveres animais. "Quando de uma aula prática presencial de necropsia das disciplinas de patologia, é preciso dividir a turma de 60 alunos em grupos de cinco pessoas, devido ao aproveitamento didático e ao espaço do laboratório, ou seja, 12 cadáveres para cada dia de aula prática de cada turma. E, durante o semestre, são programadas aos discentes de graduação cinco aulas como essa. Dessa forma, quando pensei em produzir esses vídeos, pensei em reduzir o material biológico comumente utilizado, e também apresentar a possibilidade de formação e consulta continuadas", explica.

Você pode acessar diversos outros materiais audiovisuais produzidos pelo CIAR no canal do órgão no YouTube. Inscreva-se para receber notificações sempre que um novo vídeo for publicado!

Fonte: CIAR/UFG

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