CIAR comemora o Dia Nacional da EaD com transmissão no YouTube

Imagem: Captura de tela - YouTube/CIAR
Texto: Yanca Cristina - CIAR/UFG

Na última segunda-feira (27) de novembro foi celebrado o Dia Nacional da EaD. Em comemoração a data, o CIAR realizou uma transmissão no YouTube com o tema “Por uma EaD institucionalizada e socialmente referenciada na UFG”. A discussão foi mediada pelo Prof. Dr. Wagner Bandeira, diretor do CIAR e coordenador UAB na Universidade Federal de Goiás (UFG), e pela professora Dr.ª Daniela Costa Lima, coordenadora do Grupo de Estudos e Pesquisas em Tecnologias e EaD (GEaD), da Faculdade de Educação (FE/UFG).

Wagner iniciou o encontro online falando sobre a importância de debater a temática, a qual tem sido alvo de diversos tópicos de desdobramentos na universidade e fora dela. Conforme pontuado pelo professor, a UFG se tornou pioneira na atuação da EaD desde o ano 2000. “Já estávamos com algumas iniciativas de educação a distância, mostrando como a universidade está sempre preocupada e antenada com as demandas, com as necessidades e com as transformações da sociedade”, declarou.

Antes da criação do Centro Integrado de Aprendizagem em Rede em 2007, existia a UFG Virtual. Posteriormente, houve a mudança do nome e a formalização do novo órgão, com o intuito de demonstrar que o trabalho realizado vai além das barreiras à distância, mas promove uma educação em rede, estabelecendo conexões, parcerias, outras formas de aprendizagem e metodologias de ensino. Foi com base nessa perspectiva de compreensão mais ampla do ensino à distância que o CIAR se estabeleceu na universidade.

Durante esse período, a EaD foi fortalecida, por intermédio da promoção de oficinas, cursos de capacitação e participação no programa Universidade Aberta do Brasil. Ao longo dos anos, a instituição nunca deixou de fazer nenhuma oferta de curso à UAB, seja de licenciatura, bacharelado ou especialização, o que garantiu uma trajetória extensa de atuação na área. Como fruto dessa parceria, a UFG já ofereceu 9 cursos de graduação, 14 extensões, 6 aperfeiçoamentos e formou quase 13 mil alunos.

“A educação a distância possui especificidades, principalmente no seu currículo, na forma de comunicação e, principalmente, no uso das tecnologias”, considerou Daniela. Ela destacou ainda a relevância das pesquisas produzidas na região centro-oeste, em que foram avaliadas a institucionalização, a qualidade e a inovação da EaD realizada em instituições públicas. Atualmente, está sendo desenvolvido um estudo de abordagem internacional, sob coordenação da professora e com a participação de países como Argentina, México, Moçambique, Honduras e Portugal. O propósito é comparar o que está sendo construído e estabelecer uma regulamentação da modalidade.

Institucionalização

A próxima etapa para potencializar os esforços gerados ao longo dos anos de atuação na modalidade corresponde a institucionalização. De acordo com Wagner, a EaD desenvolvida na UFG já possui uma identidade própria. “Entendemos a institucionalização como uma ampliação do conceito, do modelo da educação a distância, dentro da própria estrutura administrativa, organizacional e pedagógica da universidade”, explicou.

Durante muito tempo, a educação a distância na universidade esteve sob demanda exclusiva dos modelos propostos pela UAB, assim como a estrutura de polos, na organização pedagógica de tutores e na constituição de professores formadores. Agora, o intuito é propor uma atenção particular ao estudante da EaD, para que ele se sinta cada vez mais integrado à instituição, do mesmo modo como os alunos da modalidade presencial.

O resultado de todos esses esforços foi incluído no e-book “Diretrizes da EaD: Subsídios e Reflexões para a Institucionalização da Educação a Distância na UFG”. A construção do documento ocorreu a partir de um grupo com aproximadamente sessenta representações, mediante a elaboração de comissões de trabalho e discussões extensas, até gerar um texto coeso que reflita em detalhes como a universidade deseja atuar na modalidade em questão, seja em cursos totalmente à distância, em disciplinas específicas e na integração de formações presenciais.

A proposta é que haja a constituição de um grupo na UFG que possa acompanhar diretamente a EaD. “A qualidade socialmente referenciada defende que os processos organizacionais, as decisões, o planejamento, acompanhamento e avaliação, sejam coletivos, democráticos e dialógicos. Esse documento já é o primeiro passo e tem como pilar os aspectos citados e um financiamento adequado para a modalidade”, afirmou Daniela.

No início de 2024, a Licenciatura em Artes Visuais será ofertada como o primeiro curso EaD da universidade sem fomento externo e com as inscrições síncronas ao SISU. Para Wagner, o objetivo é que esses avanços não beneficiam somente a própria universidade, mas que sirva de referencial para todas aquelas em busca do mesmo proposito.

“A EaD precisa ser cuidada e precisamos estar atentos com a qualidade e com o mau uso que muitas vezes é feito da modalidade, para que a gente não perca as grandes virtudes que ela oferece, como a democratização do ensino. Então, queremos que mais pessoas continuem acessando a educação superior e entendemos que a EaD é um grande caminho para que isso possa acontecer”, concluiu o professor.