
MEC considera implementar novos cursos a distância
Portaria encara a oferta de graduações em Direito, Enfermagem, Odontologia e Psicologia na modalidade EaD como possibilidade
Texto: Yanca Cristina - CIAR/UFG
Imagem original: Ministério da Educação
A Portaria N.º 398 do Ministério da Educação (MEC), a respeito da elaboração de uma política educacional para pensar a oferta de graduações EaD em Direito, Enfermagem, Odontologia e Psicologia, gerou diversos desdobramentos. Na última terça-feira, 17 de outubro, Wagner Bandeira, diretor do Centro Integrado de Aprendizagem em Rede (CIAR) e coordenador da Universidade Aberta do Brasil (UAB) na UFG, concedeu uma entrevista sobre o assunto ao programa BandNews Goiás 1ª edição, apresentado pela jornalista Rosane Kotoski.
A medida divulgada pelo MEC foi rejeitada pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e pelos Conselhos Federais de Enfermagem (Cofen), Psicologia (CFP) e Odontologia (CFO) em uma nota conjunta contraria à adesão. O principal motivo para a recusa está atrelado a preocupação com a qualidade da formação dos estudantes e a falta de conhecimentos práticos no ensino.
No entanto, Wagner considera importante que não haja um julgamento prévio da modalidade. Para ele, a implementação deve ser avaliada com critério. “Uma das coisas que a gente sempre bate na tecla é o cuidado com o que estamos chamando de EaD. Sem dúvida, não é simplesmente qualquer atividade feita a distância que está dentro dos critérios de qualidade que consideramos para a EaD”, explicou.
Condições de implementação
“No nível de graduação, por exemplo, a UFG não admite nenhum curso que seja 100% EaD. Até mesmo os cursos EaD precisam de uma porcentagem presencial, principalmente para as atividades práticas”, completou o diretor. Segundo ele, existem pesquisas que apontam a capacidade das tecnologias digitais de informação e comunicação suprirem as condições de interações em uma sala de aula.
Por outro lado, a discussão se torna ainda mais complexa, considerando que recorrentemente a educação a distância não é apresentada como um meio de democratizar o acesso ao ensino. Dessa forma, Wagner entende que a desconfiança em relação à autorização desses cursos é legitima. Para que seja possível levar a discussão adiante, é necessário o fortalecimento das legislações e dos procedimentos de controle da modalidade.
Embora a educação a distância no Brasil seja bem legislada, com uma série de normas, portarias e decretos, os quais determinam condições mínimas para a sua implementação, a medida exige um rigor maior. “Não basta ter só a lei, é preciso fiscalização. Sem isso, arriscamos prejudicar a qualidade da formação, principalmente nessas áreas”, finalizou o professor.
Confira a entrevista completa no YouTube.
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