Fotografia mostra os professores Wagner Bandeira, Luana Ribeiro, Felipe Martins e Israel Trindade em uma mesa do auditório da Biblioteca Central da UFG

Colóquio EaD na UFG homenageia ex-diretoras e avalia experiência com a UAB

Evento promoveu discussões sobre os méritos, conquistas e desafios para modalidade de educação

Fotografia mostra os professores Wagner Bandeira, Luana Ribeiro, Felipe Martins e Israel Trindade em uma mesa do auditório da Biblioteca Central da UFG

Imagens: Gusthavo Crispim - CIAR/UFG
Texto: Raniê Solarevisky - CIAR/UFG

Teve início no último dia 23 o Colóquio EaD na UFG: Das Trajetórias às Perspectivas, realizado pela equipe do CIAR no ano em que o órgão completa 15 anos de existência. Estiveram presentes na mesa de abertura os Pró-Reitores de Graduação, Israel Trindade; Pesquisa e Pós-graduação, Felipe Martins; e de Extensão e Cultura, Luana Ribeiro, além do diretor do CIAR, Prof. Wagner Bandeira.

O Pró-Reitor de Graduação da UFG, Israel Trindade, destacou a trajetória de protagonismo da UFG na modalidade, iniciada com a criação do prgrama UFG Virtual, no ano 2000, até a criação do CIAR em 2007. "Neste ato estou representando a Reitora da UFG, Profa. Angelita Lima, que não pôde estar presente neste importante evento -- embora a demanda pela presença da gestão em vários locais diferentes ateste a pujança dessa instituição, recentemente avaliada como uma das mil melhores do mundo pelo Ranking Shangai e entre as 20 melhores do Brasil", declarou.

Para o diretor do CIAR, Wagner Bandeira, o evento marca um momento de celebração da história e das conquistas alcançadas pelo órgão. "Quisemos fazer um evento presencial sobre EaD para mostrar que a modalidade também depende desses momentos de encontro para existir", reforçando que a educação a distância necessita de contato entre os atores que a realizam de forma contínua e que vai muito além da utilização de tecnologias no ensino.

 

Homenagens

Fotografia mostra professores Wagner Bandeira, Miriam Fábia, Cleide Aparecida, Marília de Goyaz e Israel Trindade de pé, um ao lado do outro, posando para a foto feita sobre o palco do auditório da Biblioteca Central
Ao centro, da esq. para direita: Marília de Goyaz, Miriam Fábia, Sandrama Matias e Cleide Aparecida

As ex-diretoras do CIAR receberam placas de homenagens da equipe do órgão como agradecimento pelo trabalho realizado à frente da EaD na UFG nos últimos 15 anos. As professoras Marília de Goyaz, Míriam Fábia e Cleide Aparecida agradeceram pelo reconhecimento e creditaram a equipe do órgão pelas conquistas alcançadas na modalidade.

A diretora da Fundação de Apoio à Pesquisa (FUNAPE), Sandrama Matias, também foi homenageada pelo trabalho à frente da Pró-Reitoria de Graduação da UFG em gestões passadas, nas quais se empenhou muito pelo apoio à EaD.

 

Programa UAB

Fotografia mostra a Profa. Marília de Goyaz (mulher branca, de cabelos castanhos e longos) segurando microfone durante palestra

Após as homenagens, a coordenadora do programa Universidade Aberta do Brasil na UFG, Marília de Goyaz, apresentou as características do sistema de financiamento dos cursos EaD oferecidos pela UFG nos últimos anos, refletindo sobre e o estado atual da iniciativa -- administrada pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior, a CAPES, do Ministério da Educação.

A professora explicou que o programa foi criado em 2005, época em que haviam muitos recursos disponíveis e muitos editais de fomento à formação sendo lançados. Ao longo dos anos, é possível perceber uma diminuição no número de vagas e recursos de custeio para os cursos. Em 2014, por exemplo, o número de vagas oferecidas pela CAPES para concorrência entre as instituições de ensino era de mais de 205 mil; apenas em 2018 foi publicado um novo edital para a UAB, contando com apenas 100 mil vagas para todo o país. "Bolsas para produção de material e coordenação de tutoria não existem mais. Houve uma redução na cota de tutores também e nos recursos para o apoio administrativo -- esse último acaba colocando um peso maior sobre o CIAR, que é mais demandado pelos cursos", aponta.

"Antes, cada universidade apresentava suas propostas, mas hoje cada instituição tem um limite. Há uma fase pré-edital que coloca as instituições para conversar e, junto dos Polos, articular a distribuição das vagas, de modo a preencher a demanda por determinada formação em cada região", relatou a professora, que também é presidente do Fórum Nacional de Coordenadores UAB.

No programa UAB, os cursos a distância realizam suas atividades presenciais em Polos de apoio presencial, espaços que são mantidos pelas prefeituras dos municípios onde estão instalados ou pelo governo estadual. "Atualmente temos 18 Polos UAB e mais alguns polos associados. E mesmo nos associados, temos dificuldade de fazer ofertas. Hoje na UFG não temos nenhum Polo Associado, porque temos priorizado a manutenção de Polos UAB, uma vez que os municípios fazem um grande esforço para manter esses locais em operação", explicou.

Para a professora, a discussão sobre qualidade na modalidade deve levar em conta quem são as instituições por trás das ofertas. "O diferencial é a instituição que está por trás das ofertas. Se é uma instituição séria como a UFG, o curso pode ser muito bem desenvolvido. De maneira geral, os cursos ofertados pelas instituições públicas são muito bem avaliados e temos cursos com nota máxima na UFG. Até 2019, a UFG já tinha formado mais de 11 mil alunos nos diversos níveis de formação", informou.

"Os múltiplos e seguidos cortes nos recursos para o programa nos últimos anos afastaram algumas unidades acadêmicas da oferta de cursos na modalidade. Há dificuldades também na articulação entre as IPES e os Polos, que demandam cursos para para que possam justificar sua existência e continuar operando", revela, destacando que os resultados alcançados foram produzidos ao custo de muito esforço dos professores, tutores, discentes e da equipe de gestores envolvidos.

Apesar dos percalços, a gestora avalia que a experiência com o programa gerou muito aprendizado para todos os profissionais envolvidos com as ofertas das formações. "Embora tenhamos muitas críticas ao programa, conseguíamos achar as brechas para que as nossas intervenções pedagógicas pudessem avançar. Por mais problemas que o programa tenha, foi fundamental para que aprendêssemos a trabalhar com EaD, para nossa aprendizagem, para a formação de professores, tutores", avalia.

Para o aprimoramento da UAB, Marília citou uma série de medidas, dentre as quais destacam-se a necessidade de um modelo de financiamento contínuo e com parâmetros justos, estudos para melhorias de indicadores de qualidade, criação de mecanismos e políticas de institucionalização da EaD dentro das instituições e legislação mais adequada para os profissionais envolvidos.

 

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