Live discute desafios da Educação a Distância sob a perspectiva do Design

Texto: Raniê Solarevisky

Imagem: Canal do curso de Design Gráfico da UFG no YouTube

Na última quarta (17), o coordenador de inovação do CIAR/UFG, Prof. Wagner Bandeira, participou de uma live para discutir desafios da Educação a Distância (EaD) com base na perspectiva do Design. A transmissão faz parte da série de lives do projeto Design Live Series, iniciativa do curso de Design Gráfico da Faculdade de Artes Visuais da UFG (FAV/UFG).

De acordo com o professor, que também é designer e coordenador da especialização EaD em Inovação em Mídias Interativas da UFG, uma grande quantidade de críticas à EaD vêm a partir da tecnologia: "'a tecnologia não é capaz de melhorar a qualidade da aula' -- Sim, concordo, mas ela também não é a culpada por piorar", pondera. Segundo ele, um professor que não tem competência ou interesse em ministrar uma boa aula não conseguirá melhorar a aula com a ajuda de tecnologia em nenhum cenário, nem mesmo na modalidade presencial.

"Uma das grandes barreiras que há na configuração de um curso EaD é a ideia de pensar o EaD como uma transposição do presencial para a tela do computador. Não é isso, não é assim que vai funcionar. Cada mídia tem suas características: a forma como um aluno vai estar de frente para o computador ou usando um celular não é a mesma como vai estar sentado na sala de aula com um monte de colegas do lado", explica. Segundo ele, os professores e os designers precisam pensar em soluções que sejam amigáveis para os alunos de acordo com sua realidade de acesso, dispositivos e repertórios de uso.

Bandeira também comentou a portaria publicada pelo Ministério da Educação na última semana, que permite às instituições federais de ensino utilizar atividades remotas para seguir com seus calendários acadêmicos até dezembro deste ano. "Com certeza é possível termos atividades acadêmicas nessa modalidade, é uma questão de planejamento. Infelizmente na maioria das vezes isso acaba sendo barrado em parte por uma grande tecnofobia, e em parte por um grande desconhecimento, que não é superado da noite para o dia. O que não acredito é que vamos conseguir aprender parados: não vamos conseguir desenvolver metodologias eficazes e adequar tecnologias olhando para esse processo de fora dele", defende. 

O pesquisador ainda tratou de questões ligadas à inclusão e letramento digital de alunos e professores de cursos a distância no Brasil, projetos de interface amigáveis para os usuários finais e perspectivas para o uso futuro da tecnologia na educação dentro do horizonte dos próximos anos.

A transmissão foi mediada pelo Prof. Flávio Gomes e pode ser assistida na íntegra logo abaixo: